Estamos muito acostumados com as aplicações da radiação no diagnóstico e tratamento de doenças e nos ensaios de radiografia industrial. Entretanto, há uma outra área em que as radiações ionizantes desempenham um papel relevante e pouco conhecido: a indústria de alimentos.
Sistemas de inspeção por raios X conseguem detectar vidros, metais, pedras, plástico duro e osso dentro das embalagens, garantindo que o alimento que chega ao consumidor seja seguro. O mesmo vale para carnes, frutas, peixes, frutos do mar, ração para animais, etc..., seja embalados (em plástico, em vidro, em latas), seja a granel.
A irradiação com altas doses de radiação é uma técnica de preservação de alimentos conhecida já há muito tempo. Uma batata irradiada com dose suficientemente alta não brota e nem apodrece. Isso permite que o alimento seja armazenado por longo tempo sem perder suas características (por exemplo, em caso de transporte por navio).
Essas irradiações acontecem nos chamados Irradiadores de Grande Porte. Essas instalações podem usar fontes radioativas ou aceleradores de elétrons. No caso das fontes, por terem uma atividade muito elevada, elas se enquadram na Categoria 1 da IAEA (extremamente perigosas), requerendo um robusto sistema de radioproteção. É preciso destacar que o alimento irradiado não fica radioativo. Não há qualquer contaminação durante esse processo e a qualidade do alimento não é prejudicada.